Amor, união, Karatê e família. O esporte transformado vidas

As memórias com nossos pais preenchem a maior parte das gostosas lembranças que temos da nossa infância e adolescência. Quando nos tornamos adultos vamos lembrar com emoções, os momentos que vivemos juntos em família.  A prática dos esportes melhora o condicionamento físico, e quem está em um ambiente esportivo encontra condições favoráveis para um convívio saudável e social. Muitas vezes, os colegas de esportes são uma segunda família. Os primeiros amigos, as primeiras competições, as primeiras decepções. O esporte é capaz de ensinar aos pequenos os valores que deverão continuar sendo cultivados durante toda a vida. Por isso, a importância de ter pais presentes que incentivem a prática de esportes é fundamental. Imagine se esses forem também atletas! Vamos conhecer parte da história da família Oliveira. 

Foto: Divulgação/KarateSC – Ao lado do papai Vanderlei e mamãe Maike, Eduardo vai crescendo como atleta, mas acima de tudo, como ser humano.  O verdadeiro valor do esporte. 

Durante a última edição da Olesc (Olimpíadas Estudantis de Santa Catarina), em Florianópolis, a equipe da Revista Karatê SC acompanhou de perto a família Oliveira, renomados profissionais do Karatê no estado e no Brasil. Senseis Vanderlei de Oliveira (Pai) e Maike Stefens de Oliveira (Mãe) e Eduardo Oliveira (Filho) formam um trio incrível, onde o respeito é a base central do relacionamento entre pais e filho, atleta e professores. A RKSC em uma breve conversa com Sensei Vanderlei, conheceu de perto a trajetória da família no esporte evidenciando o nível de dificuldade que é suportar, organizar e até mesmo superar as frustrações alinhando o trabalho como num todo. “Como professor, técnico e pai, é um desafio muito grande, mas que me traz muito prazer e alegria. Eu tive as experiências com os meus irmãos, que fui professor e técnico, depois com a minha esposa e agora com o filho, e tem sido difícil, mas muito especial” comenta.

Foto: Divulgação/KarateSC – Na função de técnico, nem sempre é possível segurar a emoção de ver o filho campeão. 

Sensei Vanderlei conta que ainda quando era bancário, lá em meados de 1991 já sentia que o Karatê seria a sua grande paixão o que se confirmou ao longo do tempo. “Comecei a dar aulas em 1996 e por meio do Karatê construí a minha história familiar e profissional”, explica.

Sobre separar a família do lado profissional pai e filho, é enfático. “É difícil, é uma emoção atrás da outra, mas também uma doação nossa muito grande. Nós temos uma relação muito alinhada com o Eduardo e conseguimos separar bem isso tudo, mas não deixamos de comemorar e sofrer juntos. Quando tenho que chamar atenção eu chamo, ele entende, tudo isso foi com um tempo de conversa. Acredito que desenvolvi uma postura para não exagerar na cobrança”, salienta.

Foto: Divulgação/KarateSC – Ao lado do filho Eduardo, o papai, treinador e técnico Vanderlei, comemora, mas, também divide frustrações, tudo inerente ao esporte. 

Sofrer na visão do Sensei Vanderlei é parte do processo. “Para a família é assim a gente sofre quando não da certo, mas comemora muito quando acertamos e como falei, com o irmão, com a irmã e esposa, agora fechando esse momento de “Colt” com o filho tem sido tudo como eu pedi a Deus. São mais de 33 anos de Karatê, e tudo isso, é incrível, pois, ser técnico do filho é muito emocionante”, exalta Vanderlei.

A mamãe que já foi atleta e hoje é professora, a Sensei Maike, tem no filho a inspiração para o seu trabalho. Ela conta que mesmo tudo sendo mais complexo do que podemos imaginar, pois, há um cuidado enorme na relação mãe e filho para que não aconteça com eles o que ela relata ter visto com vários colegas professores, torna tudo mais sensível. “Temos acompanhando vários professores, na relação pai e filho, professor, técnico e aluno, e aqui procuramos sempre deixar ele a vontade. Durante essa construção ele fez outros esportes, experimentou várias outras coisas e assim, fomos amadurecendo juntos. Tudo é muito mais complexo do que se imagina. Nós, sempre tomamos um cuidado enorme com relação a cobrança junto ao Eduardo, justamente para que não acontecesse o que aconteceu com vários professores, pois, a experiência que temos mostra que a cobrança excessiva acaba fazendo o filho ou filha desistir do Karatê”. Explica Maike.

Foto: Divulgação/KarateSC – Ao se colocar como técnica a postura precisa ser bem diferente de mãe, que ao acompanhar o filho em várias oportunidades fora da área técnica acaba sendo mais emoção que razão. 

Trabalhar o crescimento individual de um atleta é muito difícil, isso já é sabido por todos e nessa reportagem fica ainda mais evidente essa tarefa, ainda mais quando se trata de filho. “O Eduardo é tricampeão da Olesc. Nas duas primeiras eu não estava presente, pois, fiquei em Blumenau dando aulas. Como Eduardo é de uma categoria leve, sempre temos uma tendência de que as lutas sejam com muita emoção, por conta de adversários excelentes e tão qualificados quanto ele”, diz a Sensei Maike.

Maike se refere justamente do que tratamos a matéria. Estar à frente de trabalhos que envolvam filhos é muito delicado e precisa-se ter uma preparação especial. Até por isso, é costumeiro pais professores perder filhos para a falta de preparo e exagero na cobrança. É uma referência importante. “Com relação a pressão que eventualmente possa acontecer não acontece por nossa parte, a gente toma muito cuidado com isso. Porém, as vezes em um treinamento que não dá certo, uma competição que não avança, acontece chateações. Eduardo viajou comigo para vários lugares e me viu competir, viu que eu me lesionei, operar e acompanhou a minha volta as lutas. Mas por fim, entende! Diante disso tudo, com essas experiências ver o meu filho defendendo a bandeira da cidade, estar ali nesse momento de competição faz com que a gente vire mãe torcedora, não tem jeito. E as vezes até nos excedemos, sou muito mais emocional que racional e faz parte”, explica Maike sobre as dores e as alegrias como a que Eduardo sentiu ao se machucar e ficar fora do brasileiro de 2023. “A maior dor é quando o filho se machuca. No ano passado Eduardo quebrou o dedo, não pode ir à final do brasileiro e isso frustrou ele muito e também a gente que vê o filho o atleta sentir dor”, explica.

Foto: Divulgação/KarateSC – “Acompanhar o filho é uma emoção a parte, dá orgulho” Maike de Oliveira mãe do super campeão Eduardo de Oliveira, carateca dedicado e filho exemplar.

Uma vida dedicada ao Karatê e à família, revela que a paixão pelo esporte vem de berço de pai para filho, de mãe para filho construindo um legado de conquistas e muito aprendizado. #Oss

 

 

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